Há uns dias, nas nossas Redes Sociais, difundíamos uns dados bastante preocupantes referentes aos acidentes de trânsito sofridos pelos utilizadores mais vulneráveis na estrada: peões, ciclistas e motoristas. Na Help Flash, seguindo o nosso objetivo principal de melhorar a Segurança Rodoviária, trazemos-lhe o “manual do peão”, com informações úteis de como este coletivo deve utilizar convenientemente a estrada.
Os dados
Peões, utilizadores de mota ou ciclomotor e ciclistas, o coletivo conhecido como utilizadores vulneráveis, superaram o ano passado e pela primeira vez, o equador das vítimas de trânsito, perfazendo 927 falecidos, 53 % do total.
Os dados, que também incluem os acidentes urbanos e os falecidos nos 30 dias seguintes ao acidente, não só nas 24 horas posteriores, proporcionam-nos uma fotografia panorâmica da sinistralidade rodoviária no nosso país.
Os peões
Um peão é a pessoa que, sem ser condutor, transita a pé pelas vias públicas. Embora também se considerem peões os que empurram qualquer outro veículo sem motor de pequenas dimensões ou as pessoas com mobilidade reduzida que circulam com uma cadeira de rodas, com motor ou sem este.
Estes, na sua convivência com os veículos, devem ser capazes de atuar da melhor forma face à sua segurança e à dos outros, conhecendo as normas gerais de circulação em cada tipo de via.
Normas gerais de circulação de peões pela via pública
Os peões deverão circular sempre pelo centro do passeio, nem muito perto da berma da estrada, para evitar atropelamentos, nem muito perto das edificações, para o caso de haver acessos às garagens. Também não devem caminhar pela berma do passeio nem invadir a estrada, exceto para a atravessar.
No caso de não haver passeios ou de existir algum obstáculo e por isso ser totalmente imprescindível passar por esse troço de estrada, deve-se circular o mais junto possível da parede e se for possível de frente para o trânsito, para se ver bem os veículos que se aproximam.
As crianças devem ir sempre de mão dada com os adultos, prestando especial atenção ao uso de triciclos ou bicicletas, que nunca serão usados na faixa de rodagem, e quando estes estejam a brincar com uma bola.
Da mesma forma, não se devem levar animais soltos, já que podem fugir e produzir situações de perigo para outros utilizadores da via pública.
Em vias urbanas
Os peões devem atravessar pelas passadeiras respeitando as marcas rodoviárias, semáforos ou agentes reguladores de trânsito. Caso não existam, deverão optar por um lugar de maior visibilidade, ou seja, pelas esquinas e evitando atravessar entre veículos parados ou estacionados.
Antes de atravessar deverão olhar primeiro para a esquerda, depois para a direita e, por último, novamente para a esquerda.
Nos semáforos, mesmo que esteja verde para os peões é vital certificarem-se que os condutores se deram conta de que têm que parar e esperar a que o façam, mas também devem indicar aos condutores, com a mão, a intenção de atravessar.
Caso pretenda atravessar uma rotunda ou praça, faça-o circundando-a e nunca a atravessando pelo meio.
Em vias fora da povoação
É de vital importância que os peões intensifiquem as precauções quando circulam por este tipo de vias, já que o aumento de velocidade dos veículos incrementa exponencialmente o agravamento das lesões no caso de atropelamento. Assim, um peão tem menos de 20 % de probabilidades de morrer se for atropelado por um automóvel que circula a menos de 50 km/hora, mas quase 60 % de possibilidades se for atropelado a 80 km/hora.
Neste tipo de vias, os peões deverão circular pela esquerda, para poderem ver de frente os veículos que se aproximem e assim perceberem o risco atempadamente e tomar as medidas oportunas.
Só se circulará pela direita se por qualquer circunstância da via ou do trânsito seja mais fácil ou mais seguro fazê-lo desta forma. Também o fará pela direita quem empurre ou arraste um ciclomotor de duas rodas, carrinhos de mão ou aparelhos similares, todos os grupos de peões dirigidos por uma pessoa ou que forme um cortejo e as pessoas que se deslocam em cadeira de rodas.
Circular-se-á sempre pela berma da estrada. Caso não exista passeio circula-se pela estrada, o mais perto possível da berma e se forem várias pessoas deve-se fazê-lo em fila indiana
Entre o pôr e nascer do sol ou em condições meteorológicas adversas que diminuam sensivelmente a visibilidade, os peões deverão estar munidos de algum elemento luminoso ou retrorrefletor homologado e tentarão vestir roupas de cor clara para serem o mais visíveis possível para os condutores. Estudo que compara a diferença que pode supor vestir ou não peças refletoras no risco de sofrer um atropelamento:
As condições do cenário seriam as seguintes: um veículo com a iluminação do cruzamento (halogéneo), iluminação artificial na via nula e alcatrão seco.
- Um peão com roupa escura e sem colete: o alcance visual é inferior a 20 metros e a 40 km/h o condutor não poderia deter-se dentro do seu alcance visual.
- Um peão com roupa clara e sem colete: o alcance visual é inferior a 40 metros e a 65 km/h o condutor não poderia deter-se.
- Um peão com colete: o alcance visual é superior a 150 metros e a 100 km/h o condutor poderia deter-se dentro do seu alcance visual.
Em autoestradas e vias rápidas
Neste tipo de vias está proibida a circulação de peões.
Apenas no caso de acidente, avaria, mal-estar físico dos seus ocupantes ou outra emergência pela qual fosse necessário solicitar auxílio, o condutor ou outro ocupante poderá sair do veículo, sem que os restantes ocupantes possam transitar pela faixa de rodagem.
Mesmo com a restrição que impede a circulação de peões pelas autoestradas e vias rápidas, lamentavelmente, quase semanalmente, acontecem atropelamentos neste tipo de estradas. Muitos destes são produzidos após um acidente ou avaria, quando o condutor sai do veículo para gerir a incidência. Nestes casos, e sobretudo em situações de baixa visibilidade ou trânsito intenso, é recomendável a utilização de um sinal luminoso V16 como o Help Flash, já que permitirá a sinalização do veículo face a outros condutores em questão de segundos e a uma distância de 1 km, aumentando a segurança dos ocupantes deste.