Todos os semáforos para a regulação do trânsito de veículos têm três cores, certo? E se a Help Flash lhe dissesse que pode estar no horizonte temporal um semáforo com quatro cores, acreditaria? Pois bem, Investigadores da Universidade Estadual da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, estão a trabalhar numa proposta inovadora: adicionar uma luz branca aos semáforos tradicionais. Esta nova luz está diretamente ligada ao futuro dos veículos autónomos, que prometem transformar a forma como nos deslocamos. O estudo indica que, com apenas 10% de veículos autónomos nas estradas, já se pode reduzir o tempo de espera nos cruzamentos em cerca de 3%. Se essa percentagem aumentar para 30%, a melhoria pode ser superior a 10%.
Mas o que significa essa quarta luz, e como ela pode melhorar a segurança e a fluidez do trânsito? A Help Flash explica-lhe tudo neste artigo!
O que são veículos autónomos?
Antes de entrarmos no tema da luz branca, é importante perceber o que são veículos autónomos. Estes utilizam tecnologias avançadas como sensores, radares, câmaras e sistemas de inteligência artificial para circularem sem intervenção humana. Ou seja, conseguem tomar decisões de condução de forma autónoma, analisando o ambiente à sua volta e conectando-se com outros veículos e infraestruturas. Esta inovação, que ainda carece de mais investigação e legislação aplicável, promete reduzir acidentes, melhorar a eficiência do tráfego e até diminuir a emissão de poluentes.
Como funcionaria a luz branca?
- Para veículos autónomos: A luz branca sinalizaria que os carros autónomos podem seguir as decisões uns dos outros. Se os sistemas de controlo central dos veículos autónomos decidissem que é seguro avançar, todos os veículos autónomos iriam seguir esse movimento coordenado.
- Para condutores humanos: As três luzes tradicionais continuariam a funcionar como habitualmente. No entanto, a presença de uma luz branca alertaria os condutores de que os veículos autónomos estão a operar num modo de coordenação.
Vantagens
- Eficiência e fluidez no trânsito: Com os veículos autónomos a comunicarem diretamente entre si e com as infraestruturas, o fluxo do tráfego poderia ser mais suave e rápido, reduzindo os congestionamentos.
- Segurança: Ao confiar nas decisões dos veículos autónomos, que utilizam inúmeros sensores e inteligência artificial para avaliar o ambiente, haveria potencial para uma redução acentuada de acidentes.
- Integração gradual e harmoniosa: Os condutores humanos poderiam manter o controlo sobre o seu veículo, o que permitiria uma transição gradual para um futuro com mais veículos autónomos.
- Redução de consumos e emissões: Outra vantagem seria a redução dos consumos, com um impacto positivo no ambiente, já que também seriam diminuidas as emissões de gases poluentes.
Desafios
- Infraestrutura: Seria necessário um investimento muito significativo para atualizar a rede de semáforos e adaptar as estradas para esta nova tecnologia, garantindo ainda a total conetividade entre todos os intervenientes.
- Adoção tecnológica: O conceito depende da proliferação de veículos autónomos e da aceitação pública desta nova tecnologia.
- Regulamentação: A introdução dos veículos 100% autónomos e de uma nova luz implicaria mudanças radicais nos regulamentos rodoviários e na legislação aplicável.
- Incorporar os peões neste cenário: Para tudo funcionar em harmonia, há a necessidade de incorporar os peões nestes cenários. A ideia subjacente seria otimizar a trajetória dos veículos autónomos e a temporização dos semáforos, escolhendo entre os sinais brancos, os verdes, e os intervalos de "atravessar" e "não atravessar" para os peões para impedir indicações conflituantes.
Para quando?
Ainda que a ideia da luz branca nos semáforos seja uma solução algo futurista, é um reflexo da forma como a mobilidade está a evoluir. Com a crescente adoção de tecnologias como a condução autónoma, as regras e infraestruturas do trânsito terão, inevitavelmente, de se adaptar. A introdução desta nova luz pode ser um passo importante para uma abordagem mais segura, eficiente e sustentável na forma como encaramos as deslocações urbanas.