O peão, a peça mais vulnerável do “xadrez” rodoviário

O peão, a peça mais vulnerável do “xadrez” rodoviário

Muito antes de podermos conduzir, já todos fomos peões. Sabia, por exemplo, que uma criança com menos de 10 anos aos comandos de um velocípede é equiparada a um peão? Pois é, e da mesma maneira que há regras estabelecidas para a circulação dos diferentes veículos, também existe legislação que regulamenta, entre outros, onde e como podem circular, a posição que devem ocupar nas vias ou como atravessar uma via ou faixa de rodagem?

Tidos comos os utilizadores mais vulneráveis das vias públicas a Help Flash deixa alguns conselhos de como se proteger a si e aos seus quando circula a pé junto a zonas com trânsito.

Onde e como circular?

Segundo a legislação portuguesa, os peões devem sempre optar pelo passeio e circular pela direita dos locais que lhes são destinados.

Caso não haja um passeio convencional, circule do lado esquerdo, de frente para os veículos e o mais longe possível da faixa de rodagem.

Quando circular em grupo, em zonas estreitos, bermas ou em estradas sem berma ou passeio, caminhe em fila indiana. Assim, todos os integrantes do grupo caminham de forma mais protegida.

Atravessar a estrada de forma segura

Mais uma, segundo o código da estrada, no seu artigo 101º:

  1. Os peões não podem atravessar a faixa de rodagem sem previamente se certificarem de que, tendo em conta a distância que os separa dos veículos que nela transitam e a respetiva velocidade, o podem fazer sem perigo de acidente.
  2. O atravessamento da faixa de rodagem deve fazer-se o mais rapidamente possível.
  3. Os peões só podem atravessar a faixa de rodagem nas passagens especialmente sinalizadas para esse efeito ou, quando não exista nenhuma a uma distância inferior a 50 m, devem fazê-lo perpendicularmente ao eixo da faixa de rodagem.
  4. Os peões não devem parar na faixa de rodagem ou utilizar os passeios e as bermas de modo a prejudicar ou perturbar o trânsito.

Além disso, deve evitar passar em locais junto a veículos estacionados, caixotes do lixo, arbustos ou outro tipo de obstáculos que, de alguma possam dificultar a sua visibilidade por parte dos condutores, assim como junto a curvas e em cruzamentos e entroncamentos sem passagens protegidas.

Como nos ensinaram desde pequenos, depois de escolher o local mais seguro para atravessar, pare antes do lancil ou da borda do passeio. Olhe para a esquerda e para a direita e certifique-se de que não se aproxima nenhum veículo. Não corra riscos e não tenta avaliar visualmente a velocidade a que estes se deslocam, se achar que pode não ser seguro, espere e não atravesse.

Mesmo numa passadeira, tente estabelecer contato visual com o condutor e faça-lhe sinal para que ele perceba que pretende atravessar e espere que ele lhe ceda passagem. Mesmo assim, confirme se, do outro lado da estrada, não se aproxima nenhum condutor que ainda não o viu.

Enquanto atravessa, continue a olhar à esquerda até ao meio da via e à direita, desde o meio da via até ao outro lado. Assegure-se que um condutor mais distraído não faz intenção de ultrapassar na passadeira e não o vê. Mais vale prevenir do que remediar.

Á noite os perigos são redobrados

Á noite, o segredo para circular de forma segura junta a uma via pública está em ver e ser visto. Para tal, deverá usar roupas claras ou mesmo uma lanterna, principalmente se circular em estradas pouco iluminadas. A solução ideal seria utilizar material retrorrefletor no vestuário, nas mochilas, e até nos ténis, bem como braçadeiras ou coletes retrorrefletores. Sabemos que nem sempre é possível, mas saiba que um peão a utilizar material retrorrefletor pode ser visto a cerca de 150 metros de distância, enquanto se estiver vestido com roupas claras é visível a cerca de 50 metros e com roupas escuras a cerca de 25 metros.