Nos últimos dez anos temos assistido a uma verdadeira revolução silenciosa (ou mais sonora, dependendo do sistema...) em torno da segurança automóvel. O advento do dispositivo Help Flash, em 2016, foi um passo decisivo na evolução da segurança rodoviária, mas ao longo desta última década vários foram os dispositivos auxiliares que ajudaram a tornar os nossos automóveis mais seguros e contribuíram para a redução de acidentes com vítimas mortais nas nossas estradas.
A inclusão do ABS – sistema que evita o bloqueio das rodas em caso de uma travagem forte, permitindo ao condutor manter a direccionalidade do veículo – em todos os automóveis novos produzidos a partir de 2004, deu um importante contributo para a segurança das nossas estradas. O mesmo poderá ser dito da introdução do ESP (obrigatório a partir de 2014), um sistema que mantém a estabilidade do automóvel em diferentes circunstâncias e que se revelou quase “milagroso” para muitos condutores face a situações mais extremas. A combinação destes dois auxiliares de condução é, por si só, motivo de regozijo e ajudou a salvar milhares de vidas, mas não são os únicos. Veja uma lista de sistemas de apoio à condução que zelam pelo conforto e segurança dos nossos veículos e, consequentemente, pela nossa.
Câmara de marcha-atrás
Muitos dos acidentes podiam ser evitados se a visibilidade para trás fosse melhor. A pensar nisso, muitos construtores passaram a incluir câmaras de marcha atrás que, através de um ecrã, permitem controlar as manobras nesse sentido, evitando pequenos toques ou, pior ainda, atropelamentos ou embates em outros automóveis que se cruzam ou se aproximam. Graças ao recurso a radares de curto alcance e a uma miríade de novos sensores, hoje em dia muitos automóveis já detetam automaticamente a passagem de peões, ciclistas ou outros veículos e alertam o condutor ou travam a viatura.
Sistemas de travagem ativa
Mais uma vez, a combinação de câmaras e radares de curto, médio e longo alcance, permitem ao automóvel detetar situações de perigo que podem escapar ao condutor. De acordo com a deteção efetuada e com a avaliação do perigo, o sistema pode alertar o condutor e pré-preparar o sistema de travagem ou, caso o utilizador não reaja, pode mesmo imobilizar o automóvel. Este sistema é particularmente útil em ambientes urbanos, reduzindo o perigo de atropelamentos ou de embates com maior ou menor gravidade.
Deteção de ângulo morto
Esta é mais uma falha de visibilidade que pode colocar em perigo a nossa segurança e a dos restantes utilizadores das vias. O célebre ângulo-morto, que impede a visão de um veículo que se posicione em determinado local ao nosso lado, pode ser ultrapassado recorrendo a um conjunto de radares e sensores que alertam para a presença de um outro veículo quando pretendemos, por exemplo, mudar de faixa. Este alerta é, tradicionalmente, transmitido através de uma indicação luminosa nos retrovisores exteriores.
Auxílio à manutenção na faixa de rodagem
Um bom complemento para o detetor de ângulo morto é o sistema de auxílio à manutenção na faixa de rodagem. Os sistemas mais simples apenas alertam o condutor para um possível desvio na trajetória e uma consequente mudança de faixa de rodagem com resultados potencialmente desastrosos. Nos mais evoluídos, o próprio sistema atua na direção e ajuda a manter a trajetória dentro da faixa definida. Para mudar de faixa sem problemas, deverá sempre efetuar o sinal de mudança de direção (pisca) para que o sistema não seja obrigado a atuar.
Câmaras de visão noturna
Com a democratização da tecnologia, muita dela de origem militar, os automóveis têm vindo a ganhar atributos que, há uns anos, pareciam quase dignos de figurar na ficção científica. As câmaras de visão noturna com deteção automática de animais, peões ou bicicletas, por exemplo, e até sensores de calor (para distinguir claramente um objeto ou uma árvore de uma pessoa), permitem uma segurança acrescida numa situação em que a visibilidade (ou a falta dela) é sempre potenciadora de acidentes.
Sistemas de iluminação ativos
Com os já usuais, até em gamas de mercado mais baixas, faróis de matriz de LED, a iluminação ganhou outro “brilho”. Não só pela qualidade e alcance dos feixes luminosos (os futuros faróis Laser poderão iluminar até 1 km de distância, a mesma a que o Help Flash é visível quando acionado), mas pela capacidade de variar a localização e intensidade dos feixes luminosos. Assim, podemos manter a berma iluminada e a nossa zona da estrada, mesmo quando nos cruzamos de frente com outra viatura e sem corrermos o perigo de a encadearmos. O próprio sistema vai “vendo” a deslocação do restante tráfego, o sentido dos veículos e a velocidade does mesmos e apagando ou ligando secções de LED de forma a evitar o encadeamento, mas sem nunca prejudicar a nossa visibilidade.
Cruise-control adaptativo e sistema de leitura de sinais de trânsito
Estes sistemas, que poderão ser complementares, são dos mais recentes, mas também dos mais democratizados. A manutenção da velocidade de cruzeiro de acordo com o restante tráfego resulta da utilização de radares de longo alcance que “avaliam” a velocidade de deslocação do veículo que nos precede e adapta, automaticamente, a nossa velocidade à velocidade do mesmo. Este sistema, além de tornar a condução em autoestrada muito mais confortável, também evita acidentes motivados pela distração dos condutores, já que acelera e desacelera de acordo com o outro veículo à nossa frente. Já o sistema de leitura de sinais de trânsito recorre a uma câmara frontal para “ver” a sinalética (em especial a referente à velocidade máxima no local) e alertar o condutor para qualquer excesso de velocidade. Os sistemas mais modernos poderão mesmo adaptar automaticamente a velocidade de circulação à máxima praticada no local. Além de uma questão de segurança, este sistema é particularmente útil para evitar coimas pelas autoridades...