É uma tendência que se tem acentuado na última década e quase todos os construtores automóveis têm vindo a substituir os comandos físicos, os tradicionais botões, por controlos hápticos ou sensíveis ao toque. É inegável que o visual interior fica a ganhar, transmitindo uma acrescida sensação de sofisticação, e até há soluções em que a ergonomia e a facilidade de utilização saem comprovadamente a ganhar, mas será sempre esse o caso?
Ao que parece, a substituição de alguns botões e comandos físicos pode ser contraproducente para a segurança rodoviária. Isto porque o princípio da ativação das funções básicas do automóvel é que esta tem de ser intuitiva, não exigir grande treino e minimizar o risco de distrações.
EuroNCAP alerta para os perigos
De acordo com a EuroNCAP, conhecida organização que testa a segurança dos automóveis, os comandos hápticos e sensíveis ao toque, especialmente quando controlam funções cruciais como sinalização de mudança de direção, a buzina, as luzes de perigo, os limpa para-brisas e a função eCall, podem representar um perigo acrescido para a segurança.
Segundo estudos feitos pela EuroNCAP, os comandos sensíveis ao toque podem originar mais distrações e confusões aos utilizadores. A organização vai mesmo mais longe e garante que, a partir de 2026, qualquer modelo que queira garantir as conhecidas “5 Estrelas”, sinalizando os mais elevados padrões de segurança ativa e passiva, terá de reintroduzir comandos físicos para as funções já referidas.
Construtores reconhecem algumas falhas
Uma das particularidades destes botões digitais é que são ativados e selecionados com os dedos, tal como fazemos no ecrã de um smartphone.
Apesar de, aparentemente mais bonitos e até intuitivos para uma geração habituada a lidar com este tipo de comandos, a sua utilização nem sempre é imediata. Em 2022, uma experiência realizada por jornalistas suecos concluiu que alguns automóveis atualmente equipados com ecrãs e/ou comandos tácteis são mais lentos a executar uma série de tarefas do que os modelos equipados apenas com botões e interruptores manuais.
Alguns construtores, como o Grupo VW, já vieram a público assumir que a introdução de diferentes comandos sensíveis ao toque em vários modelos não correu como esperado e que foi mesmo prejudicial para a imagem das marcas. A aposta passa agora por uma escolha hierarquizada das funções que têm mesmo de recorrer a comandos físicos para que a sua utilização não gere confusões, frustrações ou enganos aos utilizadores.
Mais do que um passo atrás no recurso à tecnologia, esta abordagem revela a importância que a segurança rodoviária assume nos construtores e na opinião pública em geral.
Nesse sentido, e porque levamos a segurança muito a sério, o Help Flash permite uma ativação automática (magnética), mas também pode ser ativado manualmente. Para que tenha sempre a certeza de que, seja qual for a circunstância, esta luz possa ajudar a salvar vidas.